quinta-feira, 18 de junho de 2009

Carlos Arthur Nuzman presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).




*Carta aberta a Nuzman*

*Por HOMERO BLOTA*

*Esta é uma carta aberta de um professor de Educação Física de escolas públicas do Rio de Janeiro ao Sr. Carlos Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos.*

Rio de Janeiro, 16 de abril de 2.007

Prezado Sr. Carlos A. Nuzman,

Nunca lhe tive apreço pessoal, como pessoa e como dirigente desportivo.

Como pessoa, não lhe conheço.

Portanto, são dessas antipatias gratuitas, que se têm por aqueles cuja figura pública, por várias razões, acabamos confundindo com a privada e, por isso, passamos a odiar ambas.

Mas julgo-me no direito de não apreciar sua aparente vaidade desmedida.

Seus trejeitos e tiques.

Você parece não caber em si próprio, possuir uma vontade inenarrável de aparecer mais do que os atletas.

Não se ama, mas se inveja a cada vez que se olha no espelho, demonstrando rigoroso desprezo por aqueles que estão à sua volta.

Esta e a impressão pessoal que tenho de ti, mesmo sem conhecê-lo.

Quem sabe estou equivocado.

Como dirigente esportivo e sendo eu um professor de Educação Física que tenta levar a causa do esporte aos cidadãos pobres do Rio, aí sim, tenho opinião formada sobre você, sobre a política que você adotou para os esportes olímpicos do Brasil.

Leia esta carta com humildade, que reflete a opinião, tenha certeza, não somente minha, mas de uma gama enorme de gente no Brasil, que discorda de maneira frontal de suas ações.

Aceite-a como uma contribuição à sua jornada, se assim for capaz.

Desde que assumiu a direção do Comitê Olímpico Brasileiro, sua preocupação não foi outra que não transformar aquela entidade numa mera empresa organizadora de eventos desportivos, com o intuito de:

(a) dar lucro; e (b) projetar a sua figura nacional e internacionalmente.

Aquele que deveria ser o órgão brasileiro destinado a propor para o país uma política desportiva de base, estimulando jovens de todos os cantos da nação a praticar esportes, interessou-se, simplesmente, em organizar megaeventos
(ou tentar organizá-los).

Diga-me, Carlos A. Nuzman, o que foi que você fez para o esporte de base do Brasil desde que assumiu a presidência do COB?

O que você fez para os mais necessitados?

Colocou o nosso Rio de Janeiro em duas candidaturas olímpicas malogradas, fantasmagóricas (e ainda coordenou a mais malograda ainda Brasilia 2000), mesmo sabendo, de antemão, que as chances de vitória seriam nulas.

Sem falar nos escândalos financeiros que envolveram tais candidaturas.

Não teria sido mais útil ao nosso pobre Brasil se seus esforços tivessem sido concentrados para arrecadar essa dinheirama toda para ser gasta em campos de esporte em locais menos favorecidos de regiões distantes?

Você sempre soube que as chances de Brasília e do Rio de Janeiro eram absolutamente nulas.

E insistiu nelas, parece-me, com o intuito de autopromoção e de arrecadar grandes quantias, cujos balanços financeiros até hoje não estão concluídos, como bem noticia a imprensa e conforme se apura do Tribunal de Contas da União.

Assim como quer impingir ao Brasil, novamente, um novo escândalo que se chamará Rio 2.016?

Use esse dinheiro para criar competições de base no Nordeste do Brasil, por exemplo, para jovens, que nunca praticaram esgrima, handebol, ginástica olímpica, remo, ou levantamento de peso.

Promova e prestigie os esportes que o elegem e reelegem, indefinidamente.

Não gaste esse dinheiro em hotéis, banquetes, presentes, mimos e salamaleques, ou viagens de primeira classe e hotéis de luxo com delegados do Comitê Olímpico Internacional.

Se tivermos dinheiro para uma candidatura olímpica Rio 2.016, gaste, que seja, para melhorar as condições das instalações públicas das escolas públicas do Estado do Rio, se quiser limitar seus horizontes à sua terra natal.

Vejo os jornais e percebo que sua gestão é repleta de denúncias de
irregularidades.

Nunca vimos antes tamanhos descalabros.

Sem qualquer pecha, você entrega o *design *das roupas da delegação olímpica à sua cunhada Mônica Conceição, dá a Chefia das delegações olímpicas e pan-americanas do Brasil ao seu diretor e companheiro Marcos Vinicius Freire que, ao mesmo tempo, representa no Brasil a AON Seguros que é quem faz os seguros das seleções do seu Comitê.

De quebra, esse mesmo Marcos Vinicius Freire é amigo e sócio do Ricardo Aciolly que, por sua vez, ganhou os direitos de comercialização dos bilhetes do Pan-Americano.

De quebra, também ganhou os direitos sobre as cerimônias de inauguração e encerramento da mesma competição.

A agência de turismo que presta serviços ao COB é a da sua grande amiga Cristina Lowndes, em uma licitação até hoje contestada e dirigida.

A empresa contratada para idealizar (somente idealizar, e mais nada) as medalhas do Pan-Americano ganhou o direito de fazê-lo através de uma mera carta convite, auferindo R$ 720.000,00 em um contrato de três anos.

A filha de sua atual mulher, é estagiária de direito do COB e viajou a
Suíça, às expensas da entidade, para "assessorar a defesa do Vanderlei Cordeiro de Lima", sem sequer estar formada, ou possuir inscrição na OAB/RJ.


Apesar de o decreto que regulamenta a Lei Piva obrigá-lo a licitar todas a contratações de obras e serviços, por ser o COB um órgão que vive do dinheiro público, absolutamente é licitado, a não ser a famosa contratação da Tamoyo Turismo, da sua amiga Cristina Lowndes, sobre a qual pairam acusações de licitação dirigida.

Eu não estou inventando nada disso.

Tudo aqui é relatado na imprensa ao longo do tempo e concatenado no blog: http://averdadedopan2007.blogspot.com/
que é um verdadeiro documento histórico sobre aquilo que você e a rede Globo passaram a chamar de Pan do Brasil.

Antes, Sr. Nuzman, era o Pan do Rio, seu e do prefeito César Maia.

Quando se viu que sem vultosas verbas federais a coisa não andaria, mudaram o slogan e, para justificá-las, a Globo criou a frase "O PAN DO BRASIL".

Isto é, superpago com o dinheiro de todos os brasileiros.

O senhor e a rede Globo de televisão estão fazendo de tudo para mascarar a verdade do Pan.

Primeiramente, o Pan, em termos técnicos, não é que nos fazem parecer

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