sábado, 29 de novembro de 2008

Conjunção dos Planetas neste Fim de Semana

Tríplice conjunção:

Vem aí o maior show celeste do ano!


Quem costuma dar uma olhadinha e apreciar as belezas do céu noturno já reparou: logo que o Sol se põe, dois gigantes pontos de luz estão chamando bastante a atenção, até mesmo das pessoas mais leigas. Noite após noite esses pontos estão se aproximando um do outro e culminarão na mais bela tríplice conjunção do ano. Um espetáculo de encher os olhos!

Conjunção Vênus e Jupiter

Foto feita pelo colaborador Junior Sunset no dia 19 de novembro de 2008 mostra Júpiter (no topo) e Vênus próximo ao horizonte, ambos na constelação de sagitário. Na foto pode se ver claramente as magníficas estrelas Ascella, Nunki, Albaldah e Kaus Borealis.

Os dois pontos de que estamos falando são os planetas Júpiter e Vênus, que a cada dia parecem estreitar mais as distâncias que os separam no céu. Vênus, com seu esplendoroso brilho de -4 magnitudes é um farol no céu, enquanto Júpiter, logo acima, não deixa por menos e também brilha forte com -1.6 magnitude.

Olhar os dois planetas bem próximos é de sem dúvida um belo espetáculo celeste, mas o movimento de convergência parece não cessar e continua em ritmo acelerado. Os mais observadores já perceberam: a distância entre eles está diminuindo muito rápido, por volta de 1 grau a cada noite. Em termos de comparação Isso equivale à largura visual de duas Luas cheias.

O espetáculo é maravilhoso e provocativo e todas as noites a distância diminui. Se continuar assim, o que vai acontecer?

A resposta é simples. No dia 29 de novembro (sábado), acontecerá o ápice da conjunção quando a distância entre os planetas atingirá seu ponto mínimo, estimado em três graus de separação. A distância é tão pequena que você quase poderá encobrir os astros com seu polegar estendido. Sem dúvida, será um colírio para os olhos e não será surpresa se você ouvir alguns cliques fotográficos ao seu redor!

Essa história poderia terminar por aqui, com a dupla conjunção proporcionando um belo espetáculo do firmamento, se não fosse por um pequeno e importante detalhe: nossa Lua, teimosa, também resolveu participar do show...

E começa o espetáculo!
Na noite do dia 30 (domingo), enquanto a dupla de planetas ainda é um grande espetáculo, nossa Lua em fase crescente começa a dar o ar da graça, exatamente no local da dupla-conjunção e como não poderia deixar de ser, rouba a cena e cria uma tríplice-conjunção. Ainda tímida, com apenas 10% de seu disco iluminado, a crescente Lua não passará de um fio de luz abaixo dos planetas, mas a beleza proporcionada será rara. Neste momento os relógios estarão marcando aproximadamente 20h30 pelo Horário de Brasília.

Carta celeste - Tripla conjunção Lua, Vênus e Jupiter

Acima, carta celeste mostra como será o céu do dia 1 de dezembro, durante o ápice do fenômeno natural. Créditos: Junior Sunset/Apolo11.

No dia seguinte, 01 de dezembro, a Lua estará ainda mais alta no céu, desta vez acima de Mercúrio e Vênus. Nosso satélite estará 15% iluminado e os planetas estarão tão perto dele que bastará o polegar estendido para tapar a visão do conjunto. O cenário não poderia ser mais belo, com os três astros formando um triângulo isóscele com um astro em cada vértice.

O show da tríplice-conjunção poderá ser visto de qualquer parte do mundo, por isso não serão poucos os cliques que serão disparados contra o céu!


O show não pode parar!
Se você estiver observando o trio de astros através de binóculos, luneta ou telescópio aproveite e dê uma olhada ao redor da Lua. Apesar dela estar na fase crescente, você conseguirá perceber uma imagem tênue da Lua cheia, quase apagada. Esse fenômeno é chamado de "Brilho de Vinci", pois foi explicado pela primeira vez pelo gênio Leonardo da Vinci: os raios de Sol atingem a Terra e são refletidos contra a superfície escura da Lua, produzindo uma tênue luz que ilumina fracamente o terreno, permitindo ver todo o disco lunar.

É isso. Se você não tinha o que fazer por essas noites, encontrou. Reserve esses dias, faça observações e capriche nas fotos. Não é sempre que a natureza nos dá essa chance. Bons céus!

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